quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Fotos de menino sírio encontrado morto na Turquia chocam o mundo e mostram face mais brutal da crise dos refugiados



Nesta quarta-feira (2), a crise imigratória da Europa escancarou, em forma de imagens, sua face mais brutal.
O corpo de uma criança de cerca de dois anos foi encontrado em uma praia turca. Além dele, pelo menos 11 refugiados sírios - entre eles cinco crianças - morreram quando tentavam chega à ilha grega de Kos. De acordo com a polícia da Turquia, o menino morreu após dois barcos, que carregavam um total de 23 pessoas, se acidentarem no percurso. Duas pessoas ainda seguem desaparecidas.
A foto, obviamente, chocou o mundo inteiro, por ser muito mais forte e direta do que números e estatísticas. Apesar de seu impacto, no entanto, ela não muda a dimensão da crise, só escancara - ainda mais - sua esfera mais humana. É possível não ver a imagem, mas não há como ignorar o drama vivido pelas centenas de milhares de refugiados que arriscam suas vidas nas águas do Mediterrâneo.
Organização Internacional para as Migrações informou nesta quarta que mais de 350 mil migrantes atravessaram o Mediterrâneo desde janeiro e mais de 2.600 morreram no mar enquanto tentavam chegar à Europa.
Uma das imagens mais chocantes divulgadas na internet, mostra o menino, que vestia bermuda jeans e camiseta vermelha, com o rosto na areia.
Como já dissemos aqui em outra ocasião, a Europa tenta, entre poucos avanços e muitos retrocessos, resolver (será possível) a crise humanitária que desemboca no continente- mas que é resultado de perseguições, terrorismo e de uma guerra civil, que assola a Síria há mais de quatro anos.
Enquanto a Alemanha, com um estado de bem-estar social e leis de asilo mais flexíveis, absorve a maior parte do contingente e se depara com episódios preocupantes de xenofobia, a Hungria segue com a construção de um muro em suas fronteiras para "proteger seu território".
Em Budapeste, na capital do país, a estação de trem foi fechada pelo segundo dia consecutivo para impedir que refugiados vindos da Síria e de outros locais do Oriente Médio sigam viagem rumo a outros países do continente. Milhares de pessoas acampam nos arredores da estação Keleti, e o governo húngaro se reúne, mais uma vez, para tentar tomar providências.
Também nesta quarta, mais uma foto causou indignação nas redes sociais. O jornal tcheco "Zprávy" publicou uma foto que mostra o momento em que uma policial marca, com uma caneta, a mão de uma refugiada. Em seu lado, há outro menino, que tem marcado o número 77. Segundo o Huffington Post Espanha, a foto é da agência ČTK. A polícia usa as marcas para identificar os imigrantes que não possuem documentos e que não falam inglês.

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