Esqueçam o desvio do orçamento da educação para pagamento de juros da dívida, esqueçam a incapacidade administrativa e gerencial, o sucateamento e a falta de apoio para a formação dos profissionais, os salários vergonhosamente pequenos e planos de carreira risíveis, a ausência de infraestrutura, de material didático, de merenda decente, de segurança para se trabalhar. Esqueçam os projetos impostos de cima para baixo que fecham escolas e desfazem comunidades escolares. Esqueçam bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha contra professores que se manifestam.
Há quem diga que, se a educação não está bem, é porque estudantes e professores não se esforçaram o bastante. Eles são alfa e ômega, início e fim, responsáveis por tudo.
Agora me digam: uma educação de baixa qualidade, insuficiente às características de cada lugar, que passa longe das demandas profissionalizantes e com professores mal tratados pode mudar a vida de um povo?
A verdade é que uma mudança real e profunda na educação no Brasil não será feita por um Estado mínimo apoiado em escolas particulares, sonho de uma parcela da sociedade que pede “Mais Educação'', mas tem orgasmos múltiplos quando vê professores apanharem na rua ao protestarem por melhores condições e alunos serem cercados pela polícia por ocuparem suas próprias escolas.
Mas essa mudança causa calafrio em muita gente que, na dúvida, prefere um país sem futuro do que um futuro que não possam mais controlar.
(Íntegra do texto está no blog.)
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